sexta-feira, 20 de junho de 2008

O ano Lectivo está no fim...




Para o próximo ano, possívelmente, já estaremos noutra escola.




É tempo de dizer adeus.




Despedimo-nos com o poema que escrevemos, e com o qual ganhámos o segundo prémio dos Jogos Florais 2008 organizados pelo Museu Regional de Beja.


O tema era "Mariana Alcoforado - Uma história de Amor"







Eras jovem
Enclausuraram-te
Mariana, Mariana
Fecharam-te num Convento
Perdeste a Liberdade.
Deixaste de conviver
Com os amigos
Que cá fora amavas
Deixaste de ver o céu azul
E o sol brilhante
Apaixonaste-te
Por um belo cavaleiro
Andante
Cavaleiro dos teus sonhos
Que te traiu
E te desiludiu
Mas ao menos provaste o sabor
De um beijo de Amor!






Trabalho Colectivo





quarta-feira, 11 de junho de 2008




Hoje o propósito é deixar aqui o relato conjunto da nossa viagem de finalistas. Foram dois dias em Lisboa inesquecíveis...







A nossa viagem de finalistas




“O dia da viagem: sexta feira”


Levantámo-nos muito cedo. Não conseguimos dormir bem porque estávamos muito excitados. Às sete e meia da manhã os nossos pais foram levar-nos à estação de comboios. A professora já lá estava e mandou-nos para a fila para comprarmos os bilhetes. Às oito horas, despedimo-nos dos pais e lá partimos.
A viagem era até ao Barreiro, mas havia uma mudança de comboio em Pinhal Novo. Até lá fomos apreciando a paisagem e jogando UNO, porque havia umas mesinhas ao pé dos nossos lugares. Esta paisagem já nós conhecíamos, por isso prestámos mais atenção ao jogo.
Quando chegámos ao Barreiro, atravessámos o Tejo de barco. Foi espectacular. O barco era muito fixe. Aí só tínhamos olhos para o rio. A Márcia, que estava com medo porque nunca tinha andado de barco, adorou!
Quando chegámos a Lisboa, fomos pôr as bagagens num cacifo, para não andarmos tão carregados. Depois apanhámos o eléctrico número quinze e fomos até Belém. Visitámos em primeiro lugar o Museu da Marinha. Reconhecemos os nomes que estavam nas estátuas, porque já tínhamos estudado os descobrimentos. O que mais nos surpreendeu foram os barcos e os instrumentos que os homens antigamente usavam para se orientarem no mar.

Também gostámos de saber que os senhores cegos podem saber o que está lá em exposição, porque têm um escrito próprio para eles: o Braille.
No Museu da Marinha adorámos ver os barcos enormes que estão lá numa casa que até parece um armazém.
Depois desta visita fomos almoçar, naqueles jardins, sentados na relva. Almoçámos frango assado que uma senhora de um Restaurante de Beja, o 25 de Abril, ofereceu à nossa professora e a nós.
Às duas e meia fomos para o Mosteiro dos Jerónimos. Fomos recebidos por uma rapariga animadora sócio-cultural, que nos fez uma visita guiada pelo Mosteiro. Achámos tudo tão grande! Vimos os túmulos de reis, do poeta Luís de Camões, vimos a igreja e os vitrais, vimos o claustro e jogámos ao “Jogo do Mosteiro”. Quem ganhou foi a equipa do João. Depois ouvimos a lenda do leão e fomos lá pedir um desejo. Não podemos contar porque depois não se realiza…
A professora, a seguir, foi-nos mostrar o CCB, a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos e ainda um Jardim com uma fonte enorme. Brincámos um bocadinho nesse jardim e lanchámos. Depois apanhámos de novo o eléctrico e fomos para a Praça do Comércio para irmos buscar as bagagens e para apanhar o Metro que nos levou para o IPJ, que era onde a gente ia dormir.
Estes transportes foram uma novidade para todos, porque ainda nenhum de nós tinha andado neles.




“O jantar de sexta feira”


Chegámos ao IPJ e fomos guardar as coisas nos quartos, fazer as camas e dar um duche, porque estávamos todos suados de andar com tanta gente e tanto calor naqueles transportes.
Saímos para jantar no MacDonald’s, onde nos divertimos muito com os colegas mais desajeitados, que não estavam habituados a segurar os tabuleiros da comida sozinhos. A seguir do jantar fomos passear um pouco pelas ruas. Eram muito largas e tinham muitos carros e luzes. A professora levou-nos a um grande Centro Comercial daquela zona que é o Saldanha. Aí comprámos alguns livros para oferecer aos irmãos mais novos. Depois fomos dormir para a Pousada da Juventude, porque estávamos estafados.



“O sábado”



No sábado acordámos às sete e meia da manhã, demos banho, despachámo-nos e fomos tomar o pequeno almoço. Depois fomos conhecer a Baixa de Lisboa. Fomos ver aquelas ruas cheias de gente. A professora tinha uma surpresa guardada. Era ir a uma zona que se chama Chiado, a um café que se chama Nicola para vermos o poeta Fernando Pessoa. Alguns meninos menos atentos pensavam que ele ainda estava vivo. Lá no café Nicola tirámos fotos junto à estátua dele e lanchámos, porque isto de andar muito cansa e faz fome. Vimos também um grupo latino-americano a tocar umas flautas muito engraçadas. Dançámos e rimos muito.
Voltámos ao IPJ para buscar as nossas bagagens, apanhámos o Metro e fomos até ao Parque das Nações para apanharmos o comboio que passava a ponte e que nos trouxe para Beja, onde nos esperavam os pais. Foram dois dias SUPER!!!





domingo, 8 de junho de 2008

A partir de uma história que foi lida pelo Nuno Reis, os alunos criaram o seu próprio Monstro!
A obra lida intitula-se "Monstros Lá de Casa" e é do autor Stanislav Marijanovic.


E eis o que resultou:





Tutus Gulosus

Este monstro tem muitos dentes podres, porque só come guloseimas.
Vem do país Rebuçado Gigante.
Ele arranja sempre maneira dos meninos não comerem o almoço ou o jantar.
Tutus Gulosus é muito perigoso, só pensa em doces.
Nunca se vai deixar de guloseimas.
Tenham Cuidado: não se deixem ir atrás da cabeça de Tutus Gulosus…


Grupo de Trabalho: Bruno, Manuel e Bruno










Chichilandilócos

O monstro do chichi na cama e nas cuecas.
O Chichilandilócos gosta de atacar de noite e de dia.
Quando estamos à mesa, diz-nos para bebermos muita, muita, muita água.
De noite faz-nos sonhar com a água e, quando estamos a dormir, fazemos chichi na cama. De manhã quando acordamos está tudo molhado.
Vem do mundo da Chichilandilitósna.
Quando os pais dos meninos não estão em casa, os Chichilandilócos atacam-nos e convencem-nos a beber muita água, ou outros líquidos. Os meninos ficam aflitinhos e fazem chichi nas cuecas.
Os Chichilandilócos escondem-se atrás das garrafas de água, das portas da casa de banho e debaixo das camas.
O Chichilandilócos é inofensivo, mas não o acolhas como animal de estimação.

Grupo de Trabalho: Laura, Márcia, Micaela e Rita





Futebolis manyacus

Este monstro ataca sempre quando os meninos estão estudando ou na sala de aula.
Os meninos em vez de ouvirem a professora, ouvem: bola, bola, bola!!!
Os cientistas estão a tentar descobrir um antídoto para parar este monstro.
Este monstro vive na Jogolândia; este país fica no continente lunar. Um satélite descobriu aquele país, mas quando foi verificar, já não estava naquela rota…


Grupo de Trabalho: João, Miguel e Ricardo


terça-feira, 13 de maio de 2008

...escritos...




Hoje a professora Fátima trouxe-nos uma nova proposta. Fazer uma história a partir de um fim dado.

Estavamos habituados a ter o princípio, para inventar o fim, ou o princípio e o fim, para inventar o meio... Hoje foi diferente.


Os fins que a professora inventou foram os seguintes:


1º - " A partir desse dia, o palhaço de nariz verde e a bailarina Lina viveram no circo da Cidade Cinzenta sem mais problemas, alegrando e encantando, com as suas palhacices e os seus belíssimos passos de dança, todos os meninos e todas as meninas.
Ah! Já me esquecia de dizer... aquela cidade nunca mais foi a mesma. Passou a chamar-se Cidade dos Perfumes Coloridos, tantas eram as flores por lá semeadas."


2º - " Foi assim que o João e o Abel conseguiram vencer o monstro das cinco cabeças, afastando de uma vez por todas o perigo da Cidade Ensombrada."


3º - " A partir desse dia aquela floresta nunca mais foi a mesma. O verde era mais verde, as flores mais coloridas, os perfumes inebriantes, o chilreio das aves cristalino...
O sol invadia-a cada manhã, acariciando cada ser com o calorzinho dos seus raios.
E a flor branca?
A flor branca envelheceu e morreu, espalhando as suas sementes e renascendo em milhões de flores branquinhas... Lindas!"


Bom, depois de conhecermos os fins, dividimo-nos em grupo e deitámos mãos à obra. Escrevemos, passamos a limpo no computador e...


...aqui vos deixamos os textos:


Texto 1

A Cidade Cinzenta

Numa cidade havia um circo lindíssimo, tão lindo como a luz do arco-íris. A cidade onde ele parou chamava-se Cidade Cinzenta, porque aí não havia cores, excepto o nariz do palhaço que era verde, e as tintas que tinha trazido na sua mala de viagens.

O palhaço estava muito triste de ver a cidade sem cor.

O palhaço de nariz verde lembrou-se das suas cores e, então, começou a pensar, a magicar e a olhar para aquela cidade.

Como se sentia triste!

Começou a falar consigo próprio:

_ Eu trouxe umas cores...eu vou pedir ajuda à minha amiga bailarina Lina, para pintar esta cidade...

E lá foi ele.

_ Bailarina, bailarina, Lina - chamou.

_ O que se passa, estás tão excitado! - disse a bailarina Lina.

_ Estou muito triste de ver a cidade sem cores, por isso quero pedir-te que me ajudes a pintar a cidade para ficar mais alegre. - pediu ele.

E a bailarina concordou:

_ Também podíamos semear flores de todas as cores.

Foram pintar ruas, lojas, paredes, casas, objectos, igrejas, tudo quanto era sítios e coisas.

Ficou magnífica!

A bailarina Lina a rodopiar, a pintar e a semear... o palhaço a pintar, a cantarolar e a regar...

A partir desse dia o palhaço de nariz verde e a bailarina Lina viveram no circo da Cidade Cinzenta sem mais problemas, alegrando e encantando, com as suas palhacices e os seus belíssimos passos de dança, todos os meninos e todas as meninas.

Ah! Já me esquecia de dizer... aquela cidade nunca mais foi a mesma. A partir desse dia passou a chamar-se Cidade dos Perfumes Coloridos, tantas eram as flores e as cores lá semeadas...


Autores: Nuno, Miguel e Rita



Texto 2

O monstro das cinco cabeças na cidade

O monstro das cinco cabeças veio à Cidade Ensombrada.

Por onde ia passando ia destruindo duas casas de cada vez, para ver se encontrava o seu melhor amigo. Mas nada...

Assim muito de repente, o monstro das cinco cabeças teve uma ideia: decidiu ir ao castelo para ver se o encontrava.

No castelo encontrou dois rapazes que se chamavam João e Abel.

As pessoas tinham medo do monstro das cinco cabeças, e o João também.

Mas aquele monstro era especial. Era amigo do Abel.

O João não queria que o Abel fosse amigo de um monstro e houve uma grande chatice.

Como o Abel não conseguia viver sem o João, explicou-lhe tudo e fizeram as pazes.

Ficaram todos amigos e o monstro já não fez mal à cidade.

Foi assim que o João e o Abel conseguiram "vencer" o monstro das cinco cabeças, afastando de uma vez por todas o perigo da Cidade Ensombrada.


Autores: Bruno, Márcia, Micaela e Ricardo



Texto 3

A flor Branquinha

Numa floresta amaldiçoada, assombrada, assustadora e escura, vivia uma flor branca, muito velhinha, que estava amaldiçoada, tal como as outras flores. Quando ela era nova tinha poderes mágicos, mas com a maldição tiraram-lhos. Essa flor, que era muito brilhante, foi perdendo o ânimo e, passado algum tempo morreu.

Porém, tinha deixado uma sementinha debaixo da terra...

A floresta era deserta e conta-se que havia monstros lá. Monstros de sete cabeças, vinte braços e dois cabelos...

Uns meninos que andavam a passear por ali, começaram a ouvir passos gigantescos. Suspenderam a respiração... cada vez os passos estavam mais perto.

De repente apareceu o que parecia inevitável: um monstro com uma cabeça, vinte e nove olhos, quatro bocas e dez pés!

_ É inacreditável! Inimaginável! - disseram as crianças.

Então, começaram a correr e, com o medo, nunca mais lá voltaram.

A sementinha, filha da flor branquinha, não aguentava mais. Não suportava que os meninos deixassem de ir àquela floresta. E decidiu nascer... Espreguiçou-se, esticou-se, rompeu a terra e nasceu... com todos os poderes da sua mãe!

Nesse dia a sementinha alegrou a floresta, porque as suas magias eliminaram os monstros que se transformaram em belas árvores.

A partir desse dia, aquela floresta nunca mais foi a mesma.

O verde era mais verde, as flores mais coloridas, os perfumes inebriantes, o chilreio das aves cristalino...

O sol invadia-a cada manhã, acariciando cada ser com o calorzinho dos seus raios.

E a flor branca?

A flor branca, envelheceu e morreu, espalhando as suas sementes e renascendo em milhões de flores branquinhas...Lindas!


Beijinhos e abraços.

:)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

(Des)trava Línguas

Cá estamos nós de volta, para vos falarmos sobre um dos pontos altos do nosso dia...

Hoje, na nossa sala, fizemos um concurso de trava-línguas, ou será destrava línguas? Para isso tivemos que prepará-los muito bem, durante uns dias.

A vencedora foi a nossa colega Rita. Disse-os muito rapidamente, sem se enganar uma só vez, pois decorou-os muito bem. Todos os outros colegas também se portaram bem e fizeram muito boa figura, mas como era concurso... nem todos podiam ganhar...


Agora deixamo-los aqui... Se quiserem preparem-nos, para que a vossa língua fique desentaramelada...

:)

Esta burra torta trota

Esta burra torta trota
Trota, trota, a burra torta.
Trinca a murta, a murta brota
Brota a murta ao pé da porta.
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Um ninho de mafagafas

Um ninho de mafagafas
Com sete mafagafinhos
Quando o mafagafa gafa
Gafam os setes mafagafinhos.
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A história é uma sucessão sucessiva

A história é uma sucessão
sucessiva
dos sucessos
que se sucedem
sucessivamente.
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Percebeste?

Percebeste?
Se não percebeste,
faz que percebeste
para que eu perceba
que tu percebeste.
Percebeste?
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Tenho um colarinho

Tenho um colarinho
muito bem encolarinhado.
Foi o colarinhador
que me encolarinhou
este colarinho
Vê se és capaz
de o encolarinhar
tão bem encolarinhado
como o encolarinhador
que me encolarinhou
este colarinho.
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Mário Mora foi a Mora

Mário Mora foi a Mora
com intenções de vir embora
mas, como em Mora demora
diz um amigo de Mora:
- Está cá o Mora?
- Então agora o Mora mora em Mora?
- Mora, mora.


Destrava Línguas, recolha e selecção de Luísa Ducla Soares

Até à próxima!
Beijinhos, abraços e muitos palhaços!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O valor das palavras

Terça-feira, dia 6 de Maio, como todas as terças-feiras, fizémos, na nossa sala, mais uma sessão de escrita criativa.
Com a professora Fátima, trabalhámos o poema "O Limpa Palavras" de Álvaro Magalhães
Este poema fez-nos pensar no sentido, no valor e no peso das palavras.

Assim, vimos que as palavras podem ser:


leves
macias
tristes
agressivas
maldosas
perfumadas
boas
...


Todos aprendemos que as palavras podem ferir, podem magoar o coração, podem alegrar, podem acalmar, podem causar raiva...
Por isso, temos que ter consciência do que dizemos e como o dizemos.


Na hora de trabalho com a Biblioteca Escolar, a professora Cristina trouxe-nos um livro que encaixou perfeitamente no que tínhamos estado a fazer: "O quê que quem" de Eugénio Roda.
"O quê que quem" é um livro com definições de palavras muito diferentes das dadas pelos nossos dicionários.


Ex: No nosso dicionário a palavra "primo" significa - filho de tio ou de tia, em relação aos sobrinhos destes. No "quê que quem" primo é alguém que traz novidades.


Achámos o dicionário mais "frio". "O quê que quem" fez-nos pensar, com a alma e o coração, no valor que cada palavra pode ter para nós. Tanto que até fez cair "chuva" nos olhos de alguns. Outros não conseguiam engolir...parecia que tinham um "tremor de terra" na garganta.
Foi bom! Foi muito bom!


Depois foi a nossa vez. Em grupo, pensámos e escrevemos o significado das palavras...-
Aqui deixamos o que pensámos e sentimos.
Se "chover" nos vossos olhos, não faz mal. Às vezes é bom chorar.


Memória - é uma caixinha de recordações únicas.
Bolso - é uma fechadura onde guardamos as coisas especiais
Irmão - é um diário onde guardamos as coisas do dia-a-dia
Passo - é um empurrão que damos na nossa vida
Meio de Transporte - é a nossa cabeça que nos leva a todo o lado
Pai - é uma prendinha que foi feita à perfeição para nós
Brincar - é um tempo que passa a correr
Primos - são conversas de amigos
Avós - são amigos carinhosos
Novidade - é uma bomba que está para acontecer
Nascer - é viver sempre alegre
Neto - é um grande tesouro
História - é um livro cheio de palavras doces
Pequeno - é o nosso amigo Miguel
Espreitar - é conhecer coisas novas dentro de uma fechadura
Mundo - é uma bola cheia de raízes, mares e pessoas
Mãe - são olhos doces e coloridos
Semear - são lágrimas a cair de uma flor
Sobrinhos - são pedacinhos de alegria dos nossos irmãos
Amigo - é uma ajuda preciosa
Coração - é a vida dentro de nós
Flores - são as cores do arco-íris


Em casa fizémos mais...


Caracol - é um mundo lento que anda dentro de si
Lápis - é um mundo mágico que sabe tudo, tudo, tudo
Flores - são o melhor cheiro que temos guardado à porta do coração
Amigo - é um tesouro da vida que brinca comigo
Sol - é uma cabeleira dourada a vaguear pelo céu
Rita Silva

CONSELHOS SOBRE COMO UTILIZAR AS PALAVRAS

Palavras tristes são aquelas que devem ser limpas.

Um conselho: não usem palavras maldosas. As maldosas nunca deviam ser usadas, porque nos fazem sentir mal.

Se querem ter sonhos bons, aconselho-os a dizerem palavras boas. Agora, se querem ter sonhos maus, agarrem-se às palavras tristes.

Se querem descontrair, usem palavras macias.

Se gostarem de palavras leves, subam até às nuvens.

As palavras agressivas não devem ser usadas. Usem palavras perfumadas que são aquelas que nos cheiram muito bem.

João Filipe

Esperamos que tenham gostado.

Estes são os livros. Para ler...






Um grande beijinho da turma do 3º e 4º anos da Professora Fátima Silva :)

domingo, 4 de maio de 2008


As mães são as mais altas coisas que os filhos criam

NO SORRISO LOUCO DAS MÃES

No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva.
Nas amadas caras loucas batem
e batemos dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras.
E as mães aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se pelo meio dos ossos filiais,
pelos tendões e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio
demorado e apressado, vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo.
São silenciosas.E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva, em volta das candeias.
No contínuo escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas que os filhos criam,
porque se colocam na combustão dos filhos.
Porque os filhos são como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mão
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa que nenhuma morte é possível
e as águas estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado
por dentro do amor.
Herberto Helder


Alguns poemas da sala de aula...


Poema para a mãe

Faz de conta que és flor
Eu serei amor

Faz de conta que és coração
Eu serei borboleta

Faz de conta que és mar
Eu serei céu azul

Faz de conta que és sol
Eu serei nuvem

Faz de conta que és maçã
Eu serei pêra doce

Faz de conta que és uma rosa
Eu serei uma joaninha

Um grande beijinho da tua filha Márcia (3ºano)



Dia da Mãe

Mãe, tu és:

carinhosa
amorosa
beijocosa
jeitosa
babosa
espantosa
corajosa
bondosa
formosa
mimosa

Tenho muito orgulho em ser tua filha...

Rita Santos Rosa (4º ano)



Poema para a mãe

Há...

...mães brincalhonas...
...mães humildes...
...mães engraçadas...
...mães orgulhosas...
...mães envergonhadas...
...mães aventureiras...
...mães corajosas...
...mães boas...

Tanta MÃE! Eu só quero uma, que tem todas estas dentro dela...
Só te quero a ti: A Melhor Mãe do Mundo!

Laura Ferro (4º ano)



Obrigado Mãe...

...por seres tão amiga
...por gostares tanto de mim
...por me dares o que eu tenho hoje
...por me dares tantos miminhos

João Filipe (4º ano)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Já é o dia seguinte... mas há pouco, há poucochinho era ainda dia 23 de Abril... o dia Mundial do Livro...
Deixo aqui um momento de leitura. No campo, claro, que é onde as palavras se envolvem num aroma de Primavera contagiante...

:)

"Sonhar é acordar-se para dentro." - creio que este pensamento é de Mário Quintana, de quem deixo aqui um poeminha para brindarmos juntos aos Livros, que marcam a diferença dos nossos dias...


Poeminha do Contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!


E hoje apetece-me, apetece-me encher esta página de poesia...


Se as coisas são inatingíveis
- ora,não é motivo para não querê-las
-que tristes os caminhos se não fora
a mágica presença das estrelas!"


Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei.

Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.


Cecília Meireles


Teia

Não sei se são ramos, se raízes, se sabores, se sons
se aves, se fios, se tristezas, se voos
se lembranças, se retratos, se palavras, se alegrias
se desenhos, se segundos, se minutos, se livros
se folhas, se luas, se bonecas, se músicas, se lágrimas
se cantos, se cadernos, se sorrisos, se poemas, se histórias
se desejos, se encantos, se sonhos, se estradas,...
Não sei.
Chamo-lhe teia.
(Digo que é minha.)

Teresa Martinho Marques


Campos do Alentejo

Áreas que só na alma
encontram suas árias
Mas não virão guitarras
à noite acompanhá-las
Nem o voo das harpas
Nem da neve os fantasmas
Um coro de chaparros
em brados abafados
é sempre o que lhes cabe
é sempre o que lhes basta
Ó crua luz da tarde
logo que a manhã nasce
Por mais que a noite caia
na cal tudo ressalta
E a sombra de um arado
como um A muito amargo
ao qual se limitasse
todo o abecedário
De guerras tantas grades
de fomes tantas pragas
nas lavras destas áreas
os tempos semearam
Abre-me ó terra os braços
como só tu os abres
Até mais graves sabem
tornar-se aqui as aves


David Mourão-Ferreira



E para terminar ilustro este poema com uma fotografia minha (outra das minhas grandes paixões)...



terça-feira, 22 de abril de 2008

Hoje, ao folhear uns documentos que tenho sobre poesia, encontrei algo, que tinha religiosamente guardado. Trata-se de um apontamento da autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen, sobre os seus poemas.

Diz o seguinte:

"Espero que estes poemas sejam lidos em voz alta, pois a poesia é oralidade. Toda a sua construção, as suas rimas, os jogos de sons, a melopeia, a síntese, a repetição, o ritmo, o número, se destinam à dicção oral.
A poesia é a continuação da tradição. E é mestra da fala: quem, ao dizer um poema, salta uma sílaba, tropeça, como quem ao subir uma escada falha um degrau.
Por isso, para que a leitura em voz alta se entenda e seja bela, é necessário que a dicção seja clara, nítida, bem silabada e bem ritmada. As diferenças de sotaque não criam problema algum, pois cada sotaque tem a sua beleza própria.
E é importante aprender o poema de cor, pois o poema decorado fica connosco e vai-nos revelando melhor, sempre que o repetimos, o seu sentido e a beleza da sua linguagem e da sua construção."

É prática corrente, na minha sala de aula, decorar poemas.
E já lá vão alguns... seis, para ser mais exacta.

Começámos pelo "Poema para Lili" de Fernando Pessoa, passámos pela "História do Senhor Mar" da Matilde Rosa Araújo, pelo "Segredo" de Miguel Torga, pelo "Pato" de Vinicius de Morais, pelo "Faz de Conta" de Eugénio de Andrade, "As Meninas" de Cecília Meireles....

Garanto-vos que é gratificante, que as crianças gostam muito e que os querem repetir vezes sem conta...

Aqui os deixo, por se acaso...



Levava eu um jarrinho

Levava eu um jarrinho

P'ra ir buscar vinho
Levava um tostão
P'ra comprar pão
E levava uma fita
Para ir bonita.
Correu atrás de mim um rapaz
Foi o jarro p'ra o chão,
Perdi o tostão,
Rasgou-se-me a fita…
Vejam que desdita!
Se eu não levasse um jarrinho,
Nem fosse buscar vinho,
Nem trouxesse uma fita
P'ra ir bonita,Nem corresse atrás de mim um rapaz
Para ver o que eu fazia,
Nada disto acontecia.
Fernando Pessoa



SEGREDO

Sei um ninho.

E o ninho tem um ovo.
E o ovo tem lá dentro um passarinho
Novo.
Mas escusam de me atentar:

Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo
E ter depois um amigo
Que faça o pinoA voar...
Miguel Torga




História do Senhor Mar

Deixa contar…
Era uma vez
O senhor Mar
Com uma onda…
Com muita onda…
E depois?

E depois…Ondinha vai…
Ondinha vem…Ondinha vai…
Ondinha vem…
E depois…
A menina adormeceu

Nos braços da sua Mãe…

Matilde Rosa Araújo




As meninas

“Arabela abria a janela
Carolina erguia a cortina

E Maria olhava e sorria: “Bom dia”

“Arabela foi sempre a mais bela
Carolina, a mais sábia menina

E Maria apenas sorria: "Bom dia!”

“Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela

uma que se chamava Arabela
outra que se chamou Carolina

”Mas nossa profunda saudade
É Maria, Maria, Maria

que dizia com voz de amizade:

"Bom dia!"

Cecília Meireles



O Pato

Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.

O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.


Vinicius de Morais



Faz de conta

- Faz de conta que sou abelha.

- Eu serei a flor mais bela
- Faz de conta que sou cardo.

- Eu serei somente orvalho.
- Faz de conta que sou potro.

- Eu serei sombra em Agosto.
- Faz de conta que sou choupo.

- Eu serei pássaro louco,
pássaro voando e voando
sobre ti vezes sem conta.
- Faz de conta, faz de conta.

Eugénio de Andrade



Estas são coisas das quais gosto IMENSO... Espero que disfrutem também!

sábado, 19 de abril de 2008

À terça feira, os tempos da Língua Portuguesa são, geralmente, dedicados à escrita criativa -poesia.
Assim, vou sempre apetrechada com alguns textos poéticos, não muitos de cada vez, como é óbvio, para que a escolha não se torne difícil.


Os noventa minutos dividem-se entre a leitura do poema escolhido, a exploração do mesmo, para tentarmos entender aquilo que as palavras nos querem dizer, o entendimento da forma do poema, sentir o ritmo, trabalhar as rimas...


Depois passamos à escrita. Os alunos escrevem, a pares, um poema, tendo como modelo aquele que lhes foi dado.

Surgem, de facto, produções muito interessantes, das quais vou aqui deixar algumas.


Poema trabalhado: "No comboio descendente" de Fernando Pessoa



No comboio descendente
Vinham uns cães sem trela
Uns a comerem marmelada
Outros a espreitar à janela
No comboio descendente
De Bragança a Mirandela


No comboio descendente
Vinha à solta um chinelo
Um homem a ler um livro
Outro a comer marmelo
No comboio descendente
De Mirandela a Penalva do Castelo


Autores: João Filipe e Ricardo Carvalho (4º ano)



Muitos outros surgiram e garanto-lhes que eles se divertem à brava.
Finalmente houve um tempo para memorizar o poema e recitá-lo dias mais tarde à turma.



Outro trabalho que me deu imenso prazer a fazer, teve como apoio o livro da escritora Teresa Martinho Marques "A que sabem as palavras"



O poema trabalhado foi "Perdidos"
Deixo aqui um, que daí surgiu:

Perdidos

Que fazes, tu monstro das bolachas,
Estás farto de biscoitos
Agora queres uma tarte de natas?

Que fazes, bicho papão,
Que estás ai à beira do caldeirão
Queres uma sopa de agrião?

Que fazes, pequena formiga,
Estás à espera de encher a barriga?

Que fazes, pequeno passarinho,
Estás à espera que te ponham o queijinho
No biquinho?

Que fazes, poema a voar
À beira do mar, estás à espera
Que te molhes?
Aí não te irás estragar?


Autoras: Rita Rosa e Laura Ferro (4º ano)


Há também na nossa sala muitos momentos de leitura.

Os alunos gostam de preparar muito bem as suas leituras para lerem à turma, para lerem aos colegas do segundo ano, tendo para isso o cuidado de seleccionar a obra que consideram mais adequada, para lerem a pares ou sozinhos. às vezes vamos até ao campo...
Privilégios dos meios rurais...
:)


Primeiros passos...


Diálogo

Levarás pela mão
um menino até ao rio.
Dir-lhe-ás
que a água é cega e surda;
muda não.
que o digam os peixes,
que em silêncio
com ela sustentam
seu diálogo líquido,
de líquidas sílabas
de submersas vogais.

Albano Martins


Será que nos lembramos do modo como aprendemos a falar?
Será que nos lembramos do modo como aprendemos a ler e a escrever?
Com a mãe? Com o pai?
Com a avó?
Na mesa da sala?
No sofá?
Na rua, olhando as placas e os letreiros?
Ou fingindo ler nos papéis que apareciam à nossa frente, em qualquer lugar?
Quem sabe acompanhando os estudos de um irmão mais velho...

São inúmeras as histórias e muitas as possibilidades.

O facto é que a língua/linguagem nos envolve, nos rodeia, de maneiras muito diversificadas.

A dimensão que tem na nossa vida é enorme, atravessando-a a vários níveis.
Todos a usamos, por necessidade, por curiosidade, por mero prazer...

Neste espaço, deixarei as minhas preocupações, as minhas reflexões, enquanto docente, bem como alguns trabalhos realizados na minha sala de aula, os quais serão colocados por mim e, sempre que possível, pelos meus alunos (não temos internet, estamos há dois anos deslocados da nossa escola por causa das obras, e o portátil nem sempre consegue ter rede), e que visam partilhar momentos que considero interessantes e importantes, e que, de algum modo, possam vir a ser úteis para quem os quiser aproveitar.

Obrigada pelo tempo dispensado...

Fátima Silva